
Hoje tem textão porque eu acho importante.
A despedida de 2022 por aqui vai ser a trilha da festa de fim de ano da Casa Lúpulo, e não poderia ser mais simbólico ter uma seleção de músicas pensada para o bar pra fechar esse ano.
2022 foi um ano tenso, intenso, mas com muita coisa acontecendo, e um marco de muitas das mudanças positivas desse ano aconteceu pela abertura da Casa Lúpulo, que nasceu a partir não só de um sonho de anos, mas também como continuação de uma história que é muito forte na minha família.
A minha irmã nasceu em 1989, ano em que o meu pai trocou um emprego formal para, pela primeira vez, abrir um um restaurante dentro do Ceagesp. O negócio não durou muito tempo por falta de engajamento do sócio na época, mas acredito que tenha sido importante para ele abrir o Oba Oba Morrão, na Vila Maria Alta, em 1993.
O bar que nasceu despretensiosamente pelo fato de a gente morar em frente acabou virando fonte do nosso sustento. E mais: mesmo sendo um bar simples numa rua residencial, fez história na região, com quase 30 anos no mesmo endereço, e chegou até a batizar ala da Unidos de Vila Maria.

Minha irmã e meu pai no Oba Oba Morrão, em 2007, e na Casa Lúpulo, em 2022 – reprodução Instagram Casa Lúpulo
Apesar da minha irmã e eu termos o desejo de abrir um bar com os nossos pais desde 2015 no centro de São Paulo, meu pai sempre foi muito ligado à Vila Maria, lugar onde ele nasceu e sempre morou.
Em 2020, a pandemia trouxe as férias que o meu pai não tirava desde 1989 e um afastamento gradual e inevitável do Oba Oba – não tinha como pensar em ficar com o bar aberto.
Penso muito que isso, que começou como um merecido descanso em 2020, foi se tornando pesado no ano seguinte. Foi um período em que meus pais deram uns sustos na gente com relação à saúde – um período difícil pra todos nós, ainda mais com o acúmulo de medo e ansiedade que tanta gente viveu desde o início da pandemia.
Em fevereiro de 2022, abriu, oficialmente, a Casa Lúpulo. O bar cada dia mais fixa sua relevância e identidade, como disse no texto que escrevi para a playlist de Primavera. Mas, mais que identidade, é um lugar com alma, com História, e que foi importante pra que esse ano termine mais leve do que começou, e com uma energia de esperança e otimismo que a gente não via há algum tempo.

Esperança numa porta de ferro (setembro/2021) – reprodução Instagram Casa Lúpulo
Claro, o macro importa demais! Fechar 2022 também tem um alívio enorme de encerrar o pior período que o Brasil já passou. Sem o menor receio de parecer exagerado, dá pra dizer que, de fato, a esperança venceu o ódio, o medo, o autoritarismo… aquilo tudo que está associado ao governo que, enfim, acaba.
Óbvio que a gente não vai viver nos cenários das testemunhas de Jeová a partir da semana que vem, mas vamos seguir. Firmes, juntos, com boas perspectivas e superando um ano que foi tenso, intenso, mas que foi de boas novidades e de crescimento.
Esse textão é pra agradecer à Juliana pelo engajamento, força e persistência de fazer a Casa Lúpulo acontecer. Pelo bem que a Casa Lúpulo tem feito para a saúde dos nossos pais. Por ter feito eles perceberem que também podem ser conhecidos, queridos, respeitados e acolhidos na região que a minha irmã e eu escolhemos pra morar.
E também é pra agradecer aos meus pais pela confiança em experimentar esse novo recomeço, vindo morar mais perto da gente. Imagino como é difícil encerrar um ciclo tão longo e afetivo com um espaço que eles amam tanto, mas fico muito feliz pelo quanto esse combo de novidades vai rejuvenescer ainda mais os dois.
E é isso. Um feliz ano novo pra todos, um obrigado ao Universo por ter passado por mais um ano com todo mundo aqui; pelas pessoas que fazem parte da minha vida e que dão sentido a ela. E obrigado por ler isso tudo, se você leu. 😉
A playlist tem 100 músicas – ou mais, se mais músicas forem incluídas em tempo real – e foi feita de forma colaborativa com a minha irmã.
Para ver a lista de músicas, só clicar aqui.
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